Quem Somos
Somos uma entidade do terceiro setor que realiza ações afirmativas promovendo as rádios comunitárias. Nossa história segue o caminho da liberdade de comunicação como pilar da democracia. Nossa vida embrionária está no palco das discussões da constituinte de 1988, quando um grupo de ativistas e professores da Escola de Comunicação e Artes da Universidade São Paulo (ECA-USP) criaram o Movimento pela defesa da Comunicação e da Cultura, buscando avançar nos direitos constitucionais para essas expressões humanas. A inclusão do termo “de comunicação” no artigo 5º, inciso IX da Constituição é uma das contribuições do grupo ao texto constitucional.
Em 1991, o FDC é fundado pelo professor de ética e legislação da ECA-USP e hoje é considerada a entidade mãe das Rádios Comunitárias. Isto porque foi em um Encontro do FDC em São Paulo, em 1996, que lançamos o anteprojeto de lei que deu origem a Lei 9.612/98. O anteprojeto foi capitaneado pelo deputado federal na época, Arnaldo Faria de Sá, e apresentado no Congresso Nacional.
De atuação discreta, mas incisiva, o FDC aposta em iniciativas inovadoras em defesa do segmento. Com a visão que a rádio comunitária é parte da economia criativa e motor para circulação de renda e postos de trabalhos para profissionais da comunicação, em 2011, lançamos uma campanha que originou o projeto de lei 203/2011. Mais tarde, o projeto virou a Lei 16.572/2016, que criou o Programa Municipal de Fomento ao Serviço de Radiodifusão Comunitária da cidade de São Paulo.
Nossos valores
Acreditamos em uma comunicação horizontal, não violenta, de caráter colaborativo, sem mentiras, portanto, reafirmamos princípios da radiodifusão comunitária estatuídos pela Lei 9.612/98:
Os Pilares do Programa de Fomento ao Serviço de Radiodifusão Comunitária
Capacitação
A formação técnica oferecida gratuitamente aos comunicadores de rádio comunitária é um dos principais fatores de transformação oferecidos pelo FDC.
Através de cursos, palestras e oficinas capacitamos os alunos com o objetivo de um constante aprimoramento destes profissionais, mas também com o intuito de levar ao público ouvinte, cada vez mais informação de qualidade gerada pelas rádios comunitárias.
Os cursos oferecidos vão desde a produção radiofônica específica, como Redação de Notícias, Produção de Podcast, Roteiro, Streaming, Edição de Áudio até temas mais abrangentes presentes na sociedade, como por exemplo: Desinformação e Fake News, Educação Midiática, Comunicação Inclusiva, entre outros.
O Fórum conta com apoio de uma equipe pedagógica composta por professores mestres e doutores, engajados em promover conhecimento ao público das rádios comunitárias, sempre atentos às demandas do mercado e dos territórios das emissoras.
A formação da radiodifusão comunitária prometida no artigo 20 da Lei Federal 9.612/98, agora, com a política de fomento ao serviço é realidade.
Séries de Programas de Rádio e Podcasts
Sem dúvida o rádio é um grande agente cultural e educativo. Por isso um dos pilares mais interessantes do fomento é a produção de séries de programas radiofônicos e podcasts em variados formatos como documentários, entrevistas, dramaturgia, debates, rádio arte.
Os projetos são pensados para levar às comunidades conteúdos diversos ligados, não só a realidade local, mas também, que possam contribuir para a educação cidadã e ampliação dos horizontes culturais dos ouvintes. Para isso, os projetos são roteirizados para que o ouvinte tenha uma escuta ativa, para desta forma, tornar o diálogo mais eficiente.
O objetivo da produção das séries é colaborar com a preservação da memória de diferentes autores resgatando temas clássicos da nossa literatura, debatendo temáticas sociais relevantes e fortalecendo os direitos humanos.
Já foram produzidas séries como a adaptação de Capitães da Areia, romance de Jorge Amado, Clara dos Anjos, de Lima Barreto; perfil de grandes mulheres que vão de Clementina de Jesus, a Carolina de Jesus e Elza Soares; vários temas sociais sobre Combate ao Racismo, Violência contra Mulher, Gênero e Representatividade; além de assuntos ligados ao veículo rádio, como por exemplo, Samba Paulistano e Cantoras do Rádio.
Fomento: A arte na cidade de São Paulo
A contrapartida dos fomentos das rádios comunitárias é divulgar os artistas fomentados da Secretaria Municipal de Cultural. Os ouvintes passam a conhecer o que está em produção nas seguintes áreas: forró, samba, reggae, cultura negra, música, múltiplas linguagens, teatro, circo e dança. E ficam sabendo onde os artistas vão se apresentar sempre de portas abertas, ou seja, de graça.
Quanto mais as rádios divulgam os artistas fomentados, mais garantida é a presença de público. Esta ação legitima o recurso público que é empregado e atende a população mais carente, que por tradição está afastada de toda cultura. Agregamos ao produto de divulgação, as chamadas agendas culturais que promovem o circuito de atividades culturais realizado pela Secretaria Municipal de Cultural.
Central de Notícias
A Central de Notícias é uma agência de notícias sobre e para as comunidades. Ela reúne fatos, acontecimentos, informações de relevância local dos territórios das Rádios Comunitárias da Cidade de São de Paulo e aborda uma variedade de temas como: saúde, educação, cultura, economia, obras públicas, reclamações de munícipes, campanhas do poder público nas áreas da saúde, assistência social, entre outros.
O objetivo é dar voz aos territórios, pautando assuntos relevantes que afetam diretamente a vida das pessoas que ali vivem e buscando promover a participação cidadã e democrática.
A Central também funciona como uma ferramenta de comunicação para o fortalecimento das comunidades, contribuindo na identificação de problemas, bem como de soluções.
Pesquisa de qualificação de audiência
Analisar os índices de pesquisas de audiência em rádio é fundamental para entender a relação entre o público e a faixa horária dos programas de rádios comunitárias.
A pesquisa qualitativa com ouvintes das rádios comunitárias utiliza a metodologia focus group que consiste na seleção de um grupo de ouvintes da rádio para falar/opinar sobre alguns tópicos sobre a emissora juntamente com os demais participantes. O ponto central que estamos levantando nessa pesquisa se refere à programação, ou seja, desejamos saber se os ouvintes apreciam o formato atual da rádio e se têm sugestões de mudanças e/ou melhorias neste aspecto.
Além disso, aplicando metodologia quantitativa, com questionário de perguntas fechadas, mensuramos se as rádios funcionam como fonte de informação de produtos e serviços do bairro. A pesquisa mede a importância que os ouvintes atribuem às emissoras comunitárias, assim como sua credibilidade.
Algumas das percepções que tivemos a partir das discussões realizadas em grupo foram:
– Eficiência das rádios comunitárias #RADCOM como mídia direcionada para os bairros que cobrem em São Paulo;
– Telefone celular, apps e site são os meios bem utilizados para escuta;
– A relação dos ouvintes com as rádios parece ficar mais forte nas emissoras em que estes participam ou são mais chamados a participar.