O terceiro lugar de cidade mais conectada do país é de São Paulo

O reconhecimento foi divulgado pelo Ranking Connected Smart Cities 2024

A cidade de São Paulo é eleita a terceira capital brasileira mais conectada e inteligente do país, ficando atrás de Campo Grande–MS e Salvador–BA. O reconhecimento menciona o ano de 2023, anunciado pelo “Ranking Connected Smart Cities 2024”, que ocorreu no mês de setembro deste ano.

A medalha de bronze não é o único prêmio recebido pela cidade, vale destacar que a capital recebe um ouro na categoria mobilidade e acessibilidade, liderando a região sudeste. Um dos critérios para esse resultado, foram as implantações dos semáforos inteligentes, o bilhete eletrônico dos transportes. Além dos 600 quilômetros de ciclovia e a substituição das frotas de veículos com baixa emissão de gases de efeito estufa.

A chegada do 5G na metrópole paulista, ultrapassa dois anos e toda essa conectividade passa despercebido para alguns moradores da cidade. O abismo tecnológico ainda se faz presente no dia a dia de muitos paulistanos.

O empresário e morador do bairro da Penha, Felipe Corrêa, é enfático ao opinar que a realidade de quem vive na periferia não é a mesma da região central e reitera que há muito para melhorar.

“A gente tem que falar dos extremos da capital, porque no centro os interesses econômicos fazem funcionar muito bem. Isso diz respeito aos desafios de políticas públicas, porque não falta orçamento e sim, direcionamento”, afirma.

Por outro lado, a funcionária pública Elaine Maria, declara possuir dois aparelhos conectados à internet, mas sente-se desconfortável com a ideia de morar em uma casa totalmente ligada à “Inteligência das Coisas”.

“A internet é essencial, mas acho estranho falar com objetos. Estou ainda na fase dos controles”, comenta Elaine, aos risos.

União de tecnologia

O 5G destaca-se com uma excelente velocidade, baixa latência, melhor cobertura e conectividade, ambiente perfeito para a inclusão da IA (Inteligência Artificial). Sendo assim, é possível identificá-la em diversas funcionalidades do dia a dia, como os equipamentos Alexa, as fechaduras eletrônicas ou nos atendimentos virtuais com robôs.

Para o motorista de aplicativo, Lucas de Oliveira, que trabalha em uma plataforma que utiliza algoritmo de IA, para encontrar rotas e desenvolver mecanismos de segurança, o uso dessa tecnologia fará muitas pessoas saírem do mercado de trabalho.

“Apesar de achar ótimo, nunca utilizei a Inteligência artificial e acredito que muitas pessoas perderão seus empregos”.

A Jornalista e Professora de Comunicação do Senac-SP, Cristiane Alcalá, contesta o motorista. Para ela, só perderá para a inteligência artificial quem não souber utilizá-la.

“É importante lembrar que a inteligência artificial não vai substituir as pessoas e sim, as pessoas que não souberem usá-la. Já é realidade, não tem como voltar”, declara a jornalista.

O Congresso das Rádios Comunitárias

Profissionais da comunicação e professores especializados se reuniram no Quarto Congresso das Rádios Comunitárias, para debater sobre as principais transformações tecnológicas ocorridas no setor.

A inteligência artificial foi um dos assuntos debatidos no evento e como os radialistas podem utilizar essa nova tecnologia. O encontro ocorreu no final do mês de agosto.

Para o jornalista, pesquisador e professor da ESPM-SP, Antônio da Rocha Filho, as emissoras comunitárias precisam se adequar às transformações tecnológicas com ética para levar informação relevante às comunidades.

“Com a chegada da inteligência artificial é preciso fazer o uso responsável, ético para que não caia na tentação de falsear a informação e corromper o que seria uma informação de qualidade para a sociedade”, opina Antônio.

Por Romulo Bonfim