O IV Congresso das Rádios Comunitárias discutiu o futuro da radiodifusão comunitária

O evento reuniu autoridades da área da cultura e educação para projetar a chegada da inteligência artificial na comunicação

As rádios comunitárias apresentam um grande potencial econômico e relevância na formação de senso crítico. Ciente disso, o “IV Congresso das Rádios Comunitárias” discutiu o futuro da radiodifusão e os impactos que a Inteligência Artificial (IA) influenciam nas emissoras. O Evento ocorreu na última sexta-feira, dia 20 de setembro, na Faculdade de Direito da USP.

Idealizado pelo Fórum Democracia na Comunicação (FDC), o evento apresentou duas mesas temáticas, que consistiam nos seguintes temas: Cultura e Comunicação e Leis de Fomento e o Futuro Econômico das Emissoras.

As autoridades do governo municipal, estadual e federal, marcaram presença e trouxeram atualizações de políticas públicas no setor. Além disso, professores especializados em IA debateram sobre as utilizações de tecnologias para a comunicação. Representantes das rádios comunitárias de todo o estado estiveram presentes.

Para a Diretora do Departamento Jurídico do FDC, Marilene Araújo, o congresso das rádios comunitárias é uma oportunidade para mostrar o trabalho de fortalecimento das emissoras, ao longo dos anos.

“No congresso passado vieram os representantes do Minc, conheceram a realidade de São Paulo, a nossa experiência e levou para o Brasil. Lançaram o primeiro edital de fomento às rádios comunitárias. Ficamos muito felizes e no próximo congresso, teremos muitas novidades”, afirma Marilene.

Abertura do Evento

A mesa de abertura contou com a presença do Coordenador do Escritório do Ministério da Cultura de São Paulo, Alessandro Azevedo; da Secretária Municipal de Cultura, Regina Santana; do Diretor de Comunicação Externa da Câmara Municipal de São Paulo, Joaquim Gomes Vidal; e do representante do Departamento de Engenharia do Fórum Democracia na Comunicação (FDC), Euzebio Leonel. A mediação foi da Diretora do Departamento Jurídico do FDC, Dra. Marilene Araújo.

Segundo a secretária municipal de cultura, Regina Santana, a população precisa se informar quando o assunto é avanço da tecnologia. Para ela, só existe um caminho, a educação e a cultura.

“Quando se fala de Inteligência Artificial, todas as pessoas precisam estar inteiradas e isso só é possível, através da educação e da cultura. Entendo ser primordial não só as rádios acompanharem, mas toda a população”, afirma a secretária.

Alessandro Azevedo relatou sobre os imensos desafios de fortalecer o setor cultural no país: “Temos um desafio enorme na implementação de um Sistema Nacional de Cultura e nesse momento, com grandes desafios. Para isso, a gente conta com a participação dos municípios e conseguir a longo e a médio prazo um Sistema Nacional de Cultura definitivo como fazemos na área da saúde”, afirma.

A primeira mesa

A primeira mesa debateu sobre o uso da Inteligência Artificial e como essa tecnologia pode auxiliar na criação de conteúdo radiofônicos, além do futuro desses nos meios de comunicação.
O professor de Jornalismo e supervisor do Centro Experimental de Jornalismo da ESPM-SP, Antonio Rocha Filho, professor e coordenador do curso de Jornalismo da Universidade Cruzeiro do Sul, Antônio Assiz; a professora do curso de Jornalismo da ESPM-SP, Patricia Rangel e; além da jornalista e docente dos cursos de Audiovisual do Senac-SP, Cristiane Alcalá; e do diretor da Fundação Cásper Líbero, Pedro Vaz, discorreram sobre o assunto. A mediação foi feita pelo coordenador da Rádioficina, Cyro César.
Em discurso, Patrícia Rangel destaca a falta de acesso às novas tecnologias é uma realidade e reitera que a IA é uma necessidade. “A inteligência artificial é uma facilitadora. Não sei o que acontecerá no futuro, mas tenho a certeza de que, com a Inteligência Artificial, não será possível voltar atrás”. Declara a professora.

Os editais Culturais

Um dos assuntos mais aguardados pelos radialistas foi a mesa que tratou dos projetos culturais. Nas exposições estavam a Coordenadora da Unidade de Fomento à Cultura da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, Liana Crocco; a Coordenadora de Fomento e Cidadania Cultural (CFOC) da Cidade de São Paulo, Talita Galli; e os representantes da Rádio Libertação FM, Pastor Jefferson, e da Rádio Heliópolis, Reginaldo José. A mediação foi da produtora cultural Michelle Gabriel.

A representante da pasta da cultura no estado, Liana Crocco, declarou que a secretaria tem a intenção de manter o edital de apoio cultural para os próximos cinco anos e ressaltou a importância de fortalecer o setor.

“A ideia é manter esses editais para os próximos cinco anos. Estamos desenvolvendo na secretaria uma política de fomento estadual, para fortalecer e reestruturar o setor”, conclui Liana.

A terceira mesa de debate

Os radialistas comunitários tiveram a oportunidade, na última mesa de debates, como prosseguir com as renovações de outorgas, as novas liberações para as rádios comunitárias e qual o cenário de emissoras existentes no país. A Mediação foi realizada pela Diretora do Departamento Jurídico do FDC, Dra. Marilene Araújo.

A mesa foi composta pelo representante do MINC (Ministério da Cultura), Yuri Soares; pelo produtor cultural e coordenador do Escritório Estadual do MinC em São Paulo, Alessandro Soares; pela diretora do Departamento de Radiodifusão Pública do Ministério das Comunicações, o jornalista e político José Américo, além da diretora do Departamento de Radiodifusão Pública do Ministério das Comunicações, Dra. Daniela Naufel Schettino; e do assessor na Secretaria de Políticas Digitais da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Dr. Octavio Penna Pieranti, que participaram virtualmente do evento.

Reconhecimento da luta

A chegada do presidente do Forum Democracia na Comunicação, Professor José Carlos Rocha, ocasionou um dos momentos mais emocionantes do congresso, o jornalista foi ovacionado e aplaudido de pé pelo público.

Reconhecido como um dos principais idealizadores da Lei 9612/98, que autoriza os serviços de radiodifusão comunitária em São Paulo e estabelece o Programa Municipal de Fomento ao Serviço de Radiodifusão Comunitária, o professor compôs a mesa final e encerrou o evento.

Por Caroline Rossetto e Romulo Bonfim